Trazemos aqui algumas reflexões sobre a educação do caráter, inspirados por artigos publicados no Anuário Espírita 2012, da editora IDE, de autoria de Walter Barcelos.

   A educação doutrinária evangélica da criança e do jovem, não deve ser trabalhada unicamente nas aulas de evangelização espírita, nos centros espíritas.

   O lar é o local sagrado e abençoado, onde os evangelizandos aprendem a amar e são amados, sofrem e se alegram mostrando-se como realmente são, exigindo eficiente e profunda formação dos sentimentos à luz do evangelho.

   Cada espírito possui um caráter que predomina: bom caráter ou mau caráter. O caráter indica o modo de ser de um indivíduo ou de um grupo, demonstrando a índole, a natureza, o temperamento, o conjunto de qualidades boas ou más de cada um. O caráter é a face íntima da alma, a radiografia do coração, que se iluminará pelo aprimoramento dos sentimentos à luz do evangelho de Jesus.

   Quem realmente deseja educar crianças e jovens (mãe, pai, evangelizadores, trabalhadores espíritas), deverá expandir cada vez mais as forças do coração cristianizado, a fim de crescer no entendimento doutrinário-evangélico e no amor fraternal.

   A mente da criança é profundamente influenciável, a verdadeira educação moral é muito mais mental que intelectual. A mente dos educandos é bombardeada pelas atitudes dos familiares, principalmente dos pais. Por isso, é indispensável entender que a boa ou má educação moral, dependerá do grau de iluminação das pessoas que compõem a família, lembrando sempre, que os bons exemplos valem muito mais do que as palavras, por mais que estas sejam esclarecedoras.

   A educação da alma é tão intensa no ambiente da família que o espírito Emmanuel afirma: "Os estabelecimentos de ensino, propriamente do mundo, podem instruir, mas só o instituto da família pode educar. É por essa razão que a universidade poderá fazer o cidadão, mas somente o lar pode edificar o homem." (...) "A melhor escola ainda é o lar onde a criatura deve receber as bases do sentimento e do caráter." (O Consolador, Emmanuel, 1ª parte, questão 110.)