O Espiritismo não faz referência ao nascimento de Jesus, na forma tradicional do cristianismo romano.

   Em relação à Jesus, a Codificação Espírita apenas considera os seus ensinamentos morais, porque as demais partes que constituem os Evangelhos são passíveis de controvérsias favorecendo o surgimento de dúvidas.

  Kardec, no primeiro parágrafo da Introdução de O Evangelho Segundo o Espiritismo, levanta questionamentos sobre a "lenda mágica" envolvendo o nascimento do Cristo. Alguns historiadores respeitados, demonstram que certas informações não coincidem, como o recenciamento que teria levado a família de José a retornar a sua cidade de origem, no caso, Belém.

   A articulista Rita Côre, através do Jornal Fraterno Osasco, edição 52, página Cultura Espírita, questiona se é necessário as aulas de evangelização repetirem o cristianismo romanizado, com a lenda de Belém, presépio, manjedoura e tudo o mais. A mesma esclarece, que há maneiras equilibradas e sensatas de ensinar a Doutrina e ao mesmo tempo explicar o que seja tradição. Respeitar, sim. Repetir, não.

   O que interessa para o Espiritismo é reconhecer Jesus como sendo o principal modelo e guia da humanidade, cuja pregação enfoca exclusivamente a "Lei de Amor, Justiça e Caridade", apontada em O Livro dos Espíritos como a mais importante de todas as Leis Naturais ali estudadas.

   À medida que a ciência avança, a história descobre que o Espiritismo está cada vez mais atual, quando apresenta Jesus, por exemplo, como sendo o maior educador da humanidade, e que a melhor forma de se comemorar o Natal do Cristo é divulgar e tentar vivenciar todos os dias do ano, a "Lei de Amor", que é o único meio de acabar com as angústias da alma e as misérias do corpo, eliminando o orgulho e o egoísmo que são os responsáveis por todas as misérias sociais, tais como a fome, a violência, a corrupção, o desemprego e a indiferença moral, sendo esta última apontada por Kardec como sendo a maior deformidade do mundo moderno.