Curiosidades
 
 
Depressão - Sob a ótica espírita
 
 

   A palavra depressão provém do termo latim depressus, que significa “abatido” ou “aterrado”. Trata-se de um distúrbio emocional que caracteriza-se por um estado de abatimento e infelicidade que perdura  por mais de 2 semanas.


  Nunca tanta gente teve depressão no mundo. São 350 milhões de pessoas nessa condição (segundo dados da Superinteressante de junho 2013). Um número que só aumenta. A OMS (Organização Mundial de Saúde) aposta que em 2030 a depressão já será a doença mais comum do mundo, á frente de problemas cardíacos e cânceres. E o que é mais grave: 15% das pessoas com depressão grave cometem suicídio.


   Em O Livro dos Espíritos, na questão 943, Allan Kardec questiona aos espíritos: “De onde vem o desgosto da vida que se apodera de certos indivíduos, sem motivos plausíveis?” E os espíritos respondem: “Efeito da ociosidade, da falta de fé e, frequentemente, da saciedade (...).”


   Vemos claramente a colocação dos espíritos nos alertando acerca dos efeitos danosos do materialismo (ociosidade, falta de fé e saciedade). Pois, infelizmente, o conceito que temos de felicidade está intimamente atrelado à ociosidade. Tanto que a maioria das pessoas trabalha, de forma remunerada ou até mesmo voluntária, de olho na tão almejada aposentadoria, seja ela física ou espiritual. No livro O Céu e o Inferno, existem várias narrativas de espíritos que se encontram em situações lastimáveis no mundo espiritual, por terem desperdiçado a oportunidade da reencarnação, permanecendo-se no ócio.


   O nosso conceito de felicidade também está relacionado ao usufruto dos prazeres materiais, sejam eles: a posse material ou o usufruto dos prazeres sensoriais da matéria, como o sexo, a gula, as drogas. Que é a saciedade exposta pelos espíritos. Quando o indivíduo alcança níveis elevados de saciedade, quando todos os prazeres que ele pode usufruir já não despertam em seu íntimo a momentânea alegria desejada, desponta a frustação, que inevitavelmente o levará a sentimentos depressivos.


    O que denominamos felicidade está bem longe do seu real significado.


    Segundo Ermance Dufaux, no livro Escutando Sentimentos, bilhões e bilhões de homens, na vida física e extrafísica, estão deprimidos ou constroem “estufas psíquicas” para futuras depressões. Estão presos na alegria de possuir e raramente alcançam o prazer de ser! São escravos das lembranças do passado e atormentados pelo medo do futuro. Eles lutam por permanecer no estado de materialidade e não aceitação de sua condição divina.


   No livro Reforma Íntima sem Martírio, a autora Ermance Dufaux, através da psicografia de Wanderley Oliveira, aprofunda os conhecimentos acerca das raízes da depressão no espírito. Segundo ela, a depressão é o sofrimento moral capaz de reduzir ou retirar a alegria de viver, como uma “tristeza do espírito” que amplia a consciência de si. Um processo que se inicia, na maioria dos casos, antes do retorno à vida corporal quando a alma, quando no mundo espiritual e consequentemente com uma maior percepção de si própria, percebe com clareza a natureza de suas imperfeições, suas faltas e suas necessidades, gerando um marcante sentimento de falência, estabelecendo registros profundos de inferioridade e desvalor pessoal, por constatar-se não ser aquilo que ele imaginava que fosse.


   Nesse momento, quando a criatura dispõe de crédito mínimos para suportar esse “espelho da consciência”, seu processo corretivo inicia-se no próprio mundo espiritual através de tratamentos muito parecidos aos efetuados nos nosocômios terrestres, até que haja um apaziguamento mental que lhe permita o retorno ao corpo. O mesmo não ocorre com aqueloutros que por grau de afinidade são atraídos para zonas trevosas, estes regressarão à vida corporal em condições expiatórias graves, portando severas psicoses.


   No livro Escutando Sentimentos, a autora nos esclarece que devido aos programas coletivos de saneamento psíquico da Terra orientados pelo Mais Alto, vivemos um momento histórico. Nunca foram alcançados níveis tão significativos de resgate e socorro nos ‘atoleiros morais’ da erraticidade. Consequentemente, eleva-se muito o número de espíritos que retornam ao corpo carnal com remorso, justificando o crescimento dos episódios depressivos.


  E, apesar de ser assustador os números oficiais de deprimidos no mundo, segundo a sintomatologia oficial, infinitamente maior é o número daqueles que cultivam, em regime de cultura mental, os embriões de futuros episódios psiquiátricos depressivos.


   Não é à toa, que no mundo espiritual, foi necessário a criação de um Sanatório, chamado Sanatório Esperança, para receberem em regime de urgência, essas criaturas que se afastaram da lucidez consciencial, inclusive nós espíritas. Que por acharmos que devido à longa folha de serviços prestados em favor do próximo, já reservamos nosso lugar de destaque no mundo espiritual, deixando de lado, a verdadeira mudança interior, as conquistas que devíamos buscar, da tolerância, da humildade, da compreensão... trabalhamos de olho nos benefícios futuros, à semelhança daquele que trabalha visando unicamente o momento da aposentadoria, quando enfim, poderá usufruir de todos os prazeres que se acha merecedor. Sem dar maior importância ao momento do trabalho, como forma de aprendizado, transformando-o em pequenos momentos de felicidade para si e para o próximo. Visa exclusivamente o final, cumprindo maquinalmente suas obrigações, com a caridade, com o serviço no centro espírita, no trabalho com a mediunidade, porém sem nenhuma mudança interior. E, ao chegarem no mundo espiritual, serão recebidos como pacientes psiquiátricos graves, pois usaram sua inteligência e conhecimento espiritual, para benefícios próprios, alimentando o orgulho de serem considerados espíritos trabalhadores da seara espírita de longa experiência. Mas, não passam de loucos, iludidos pelo próprio orgulho. E caso tenham o mínimo crédito, iniciarão lá mesmo, no mundo espiritual, o tratamento psíquico adequado, e inevitavelmente, regressão ao corpo carnal, com sintomas claros de depressão, pois estarão sendo obrigados a lidarem com a realidade de si próprios, totalmente diferente daquilo que achavam que eram.        


   O depressivo de hoje, alimenta ou alimentou falsas expectativas acerca de si mesmo e de sua vida. Seus valores foram destruídos. Suas convicções foram abaladas pela constatação da verdade no mundo espiritual. Diante do desmoronamento de tudo aquilo que ele acreditava, surge o sensação de falência, de incompetência, o sentimento de culpa pelos erros cometidos, e devido à permanência do orgulho no seu íntimo, apresenta dificuldade em se perdoar.


   Mas, ao invés de considerarmos trágico esses dados, olhemos com olhos imortais. É o início de sua descoberta como espírito, com suas reais imperfeições e aquisições.


  No livro Reforma Íntima Sem Martírio, no capítulo intitulado Depressões Reeducativas, a depressão é definida como “um doloroso estado de desilusão (...)”.


   Mas porque reagimos tão mal quando constatamos quem realmente somos? Qual a origem da depressão?


   No livro Ícaro Redimido, psicografado por Gilson Freire, o autor espiritual Adamastor conta-nos sobre a vida de Santos Dumont no plano espiritual. Como muitos sabem, Santos Dumont sofria de depressão e desencarnou através do suicídio. Neste livro o autor explica magistralmente a fisiopatologia da depressão, e aponta a causa: a arrogância, que é uma das facetas do orgulho. Segundo o autor, por acharmo-nos melhores do que os demais, as energias que emanam da nossa mente geram um processo que ele chama de hiperpsiquia, ou seja, um superdimensionamento de nós mesmos, contudo, como é um dimensionamento falso, que não condiz com a realidade, inevitavelmente, essa mesma energia contrairá, pois está regida pela Lei de Ação e Reação, gerando o processo de hipopsiquia, ou seja, a energia dantes superdimensionada, retornará numa contração na mesma proporção.           


 Para ficar mais claro, façamos uma analogia: Um elástico. Ele tem um comprimento determinado, porém permite-se alonga-lo, e quanto maior for o alongamento, tanto igual será a força contrária, quando ele retornar, o efeito rebote. O mesmo acontece com o orgulho. Quanto mais dermos vazão, superdimensionando a imagem de nós mesmos, maior será a contração, o retraimento daquilo que achamos que somos, ou seja, todo arrogante tornar-se-á um deprimido, pela Lei de Ação e Reação. Toda humilhação que ele fez os outros passarem, retornará a ele, por meio de sentimentos de menos valia e complexo de inferioridade.


  A reencarnação nesses casos é programada para o reajuste do espírito. À medida que vivencia novas experiências, o desajuste emocional desabrocha, na forma de uma insatisfação crônica com a vida, que nada mais é, do que um canal de expulsão de culpas armazenadas nas existências anteriores. É um expurgo psíquico em doses suportáveis... Surgindo os sintomas: insônia, tristeza persistente, ideias de autoextermínio, vazio existencial, dentre outros.


   Esses espíritos já reencarnam com uma baixa tolerância com suas próprias falhas e estilo de vida, uma dolorosa incapacidade de se aceitar, menos ainda de se amar.


  No mundo espiritual ela é chamada de “dolorosa expiação reparadora”, pois à medida que expurgamos essa energia de frustação para conosco mesmo, as culpas milenares, tentando viver conforme a vida nos apresenta, e não como nosso egoísmo determina, mesmo com esse sentimento de tristeza vagando no nosso íntimo, mas fazendo todo o bem ao nosso alcance, trabalhando e tentando ser o mais produtivo possível, estaremos recriando novo panorama mental, aceitando a providência divina, os reveses da vida, estaremos reconstruindo o nosso próprio eu. Transformando nosso egoísmo em submissão às leis divinas, em humildade.


  O tratamento vem do íntimo de cada criatura. Aprender a ouvir os ditames (voz) da consciência. Se esforçando para crer em Deus, buscando o cultivo da fé verdadeira, em algo superior a nós. Sair da ociosidade, não alimentando os sentimentos de culpa, medo, tristeza... Buscando o trabalho edificante em prol do próximo, tornando-se útil! E principalmente, cultivando paulatinamente, mas continuamente a humildade, pois somente a conquista dessa virtude, nos afastará dessa condição sombria de vítimas da vida; aceitando a realidade da vida que muitas vezes diferem das nossas expectativas, aceitando o desgosto como fonte de aprendizado, a decepção como forma de aceitar as pessoas como são, e não como gostaríamos que fossem, vendo a vida com a nitidez do espírito lúcido de sua própria realidade espiritual, sem a venda do orgulho de se achar acima do que aquilo que realmente conquistou.


   Fiquemos com uma pergunta que Allan Kardec fez aos espíritos, que consta em O Livro dos Espíritos, que sintetiza bem a nossa tão almejada jornada de seres que buscam sair da materialidade para alcançarmos a nossa verdadeira essência de seres espirituais. Ele questiona:
   A felicidade é relativa à posição de cada um. O que basta para a felicidade de um, constitui a desgraça de outro. Haverá, contudo, alguma soma de felicidade comum a todos os homens?” E os espíritos respondem: “Com relação à vida material, é a posse do necessário. Com relação à vida moral, a consciência tranquila e a fé no futuro.


       REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


   * Revista Superinteressante – mês de junho 2013.
   * O Livro dos Espíritos - Allan Kardec
   * Reforma Íntima Sem MartírioErmance Dufaux, psicografia de Wanderley Oliveira.
   * Escutando SentimentosErmance Dufaux, psicografia de Wanderley Oliveira.
  * Ícaro RedimidoAdamastor, psicografia de Gilson Freire.

 
 
 
 
 
 
Fonte: Centro Espírita Fraternidade
EDITORIAIS
 
DIA NACIONAL DO IDOSO

A lei nº 11.433, de 28 de dezembro de 2006, em seu artigo primeiro instituí o Dia Nacional do Idoso, a ser celebrado no dia 1o de outubro de cada ano.

Dessa forma, pelo costume comemora-se em 27 de setembro e por lei em 1º de outubro.

JANEIRO BRANCO

Depois do outubro rosa e o novembro azul, surge o janeiro branco que é uma campanha, que permite dar uma visibilidade às questões da saúde emocional, debater e difundir uma reflexão sobre a saúde mental.

31 de Outubro: Dia do Evangelho

O dia 31 de Outubro agora no Brasil, após a Lei número 13.246/2016, fica instituído o como Dia Nacional da Proclamação do Evangelho e em seu artigo 20 fala sobre a ampla divulgação à proclamação do Evangelho, sem qualquer discriminação de credo dentre igrejas cristãs.



 
 
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