Logo é uma droga que atua diretamente na vontade do indivíduo, exercendo uma ação prejudicial nas atividades que ele exerce. Muita gente afirma que tem amigos que fumam Cannabis ocasionalmente e que isso não afeta suas atividades laborais ou de estudo. Da mesma forma, existem pessoas que sabem beber e o fazem guardando o limite de sua capacidade de ingestão, interrompendo-a, demonstrado controle sobre a bebida. Isso é verdade, mas é uma minoria entre os usuários. Mas a realidade é muito mais cruel e a outras pessoas não têm controle sobre seu uso de drogas, fazendo inclusive, uma mistura descontrolada. Chamamos isso de dependência cruzada, ou seja, o indivíduo usa cigarro e álcool, maconha e álcool, cigarro, maconha e álcool, maconha, cocaína e álcool, depois se tornam dependentes de crack também. Como podemos observar a maconha, o cigarro e o álcool são as portas de entrada para outras drogas também muito prejudiciais ao nosso organismo. A maconha deixa o indivíduo mais “lerdo” em seus reflexos e suas ações, prejudica em grande parte a sua capacidade de memorização. A maconha determina dependência química sim! Estão querendo liberar o uso de uma droga que dizem ser de menor potencial, mas o potencial de ataque da droga é diretamente proporcional ao uso que dela faz seu usuário, assim como envolve diversos fatores ligados ao ambiente em que ele vive, estuda e trabalha, assim como de sua alimentação e diversos outros hábitos. O foco agora é a maconha, pois já conseguiram, historicamente e economicamente, liberar o álcool, cujo abuso é o responsável por desagregações familiares, acidentes de trânsito, licenças e aposentadorias trabalhistas, etc. Se fizermos isso a nossa conta a pagar, pessoal, social e governamental será muito maior.
Olegário Versiani – Professor e Químico-Toxicologista |