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Desencarna Ney Lobo
 
 

A educação que faz a diferença


Por Rita Cirne


   O educador paranaense Ney Correia de Souza Lobo descobriu na Doutrina Espírita os fundamentos para desenvolver o seu próprio método de educação. Suas idéias partem da concepção espírita de que existe entre os seres humanos uma igualdade essencial e uma desigualdade relativa causada pelos diferentes graus evolutivos em que nos encontramos. Essa diferença faz de cada um de nós uma individualidade única que deve ser sempre respeitada pelo educador. Parte do trabalho desenvolvido pelo professor Lobo já está publicado nos cinco volumes de sua Filosofia Espírita da Educação, obra dirigida especialmente aos educadores. Outros livros estão sendo concluídos e devem ser publicados ainda este ano (2008), como a Pedagogia da Espiritualidade e Espiritualidade da Inteligência.


   O professor também idealizou, projetou e construiu uma Cidade Mirim, no Colégio Lins de Vasconcelos, mantido pela Federação Espírita do Paraná. Na pequena cidade, as crianças vivenciam um modelo de república infantil, com prefeitura, câmara de vereadores, banco, correio, jornal e uma casa de oração.


   Em seminário realizado no Grupo Espírita Batuíra, em São Paulo, o professor  – que completa 89 anos  em 2008 – falou sobre o poder da educação à luz dos conceitos espíritas e sua contribuição para a sociedade. Na oportunidade, ele concedeu a seguinte entrevista:



   O que é a Pedagogia da Espiritualidade?


  É a espinha dorsal da educação. Aquela que é capaz de atingir a alma do educando. Infelizmente hoje os chamados sistemas educativos (federais, estaduais e municipais) acham que estão fazendo educação. Mas não estão. Só estão transmitindo instrução do corpo docente ao corpo dicente. E a alma só é atingida por outra alma e por contribuições que também são de natureza espiritual.



   Quais são essas contribuições?


  As contribuições de natureza espiritual são os valores espirituais como a fraternidade, a esperança, a justiça, a honestidade, a lealdade, a indulgência, a caridade, a simplicidade. São verdadeiros mísseis que uma alma lança na direção de outra alma.



   Como isso funciona na prática?


  Muitos educadores já fazem isso naturalmente e sem saber. Eles adquirem essa capacidade de educar. Mas na maioria dos colégios o estudo dos valores espirituais se torna apenas uma instrução. Os professores sabem o que é a caridade e a justiça, mas não têm condição pedagógica de fazer com que o aluno faça crescer dentro dele esses valores.



   E qual é essa condição pedagógica necessária?


  É a pedagogia da Espiritualidade, também chamada de valores morais. Está em toda religião. Todos procuram isso. A religião mostra o caminho do Espírito aos planos superiores de felicidade. Por isso, todos têm que se espiritualizar.



   Por que há uma resistência por parte das pessoas em relação à sua espiritualidade?


  Porque há uma acomodação do ser humano ao que lhe é habitual, ao que já existe. Toda idéia nova cria muita resistência. E a espiritualidade é uma idéia nova. Assim, a nossa educação está embutida não de espiritualidade, mas de materialidade. Nós vemos na organização dos currículos. Não há matérias humanas, como Literatura, Artes, Poesia. Essa rejeição ao humano começou no dia em que o astronauta russo Yuri Gagarin transmitiu uma mensagem do espaço dizendo que a Terra era azul. Aquilo deu um susto nos Estados Unidos. Vivíamos no período da Guerra Fria e os norte-americanos achavam que os russos estavam na frente deles por terem conquistado o espaço. Eles reformaram totalmente o seu sistema educativo. Tiraram as disciplinas humanísticas ou reduziram ao mínimo as horas destinadas a elas e procuraram desenvolver a física, a química, a biologia, a técnica, as comunicações. Essa mudança na educação atingiu o mundo todo e isso não foi recuperado até hoje. É preciso que um outro Gagarin espiritualista desencadeie uma outra reação.



   O que os educadores espíritas podem fazer?


   É preciso trabalhar a pedagogia da Espiritualidade. Está havendo uma grande expansão nesse sentido no mundo Espírita. Em Goiânia e em Sobradinho (cidade satélite de Brasília), por exemplo, temos escolas espíritas que estão aplicando esse método sob minha orientação. Há trabalhos semelhantes sendo feitos em muitos centros espíritas. Eu tenho três projetos que são dirigidos para públicos específicos. Um para os lares espíritas, um para as escolas e um para os centros espíritas.



   Qual é a base desse projeto?


  Tornar operacional o magnífico pensamento de Allan Kardec que é "Educação é o conjunto de hábitos adquiridos". Isso é o cerne da pedagogia da Espiritualidade: criar hábitos, como o hábito da caridade, da indulgência, da justiça, da lealdade e da esperança. Sem hábito não há perfeição. E essa noção de hábito é para qualquer idade. Nunca é tarde para se criar um bom hábito.



   Como o senhor vê a mocidade de hoje?


  A mocidade hoje é uma vítima das grandes hecatombes que nós vivemos, como as duas Guerras Mundiais massacrantes. Na última houve o holocausto de uma raça (os judeus) e as ações do nazismo, que obliterou todos os valores humanos, todos os direitos humanos. Tivemos em muitos locais do planeta regimes políticos desumanos, sem liberdade. Houve um verdadeiro recrudescimento às épocas primitivas do homem. Isso tudo se reflete em nossa mocidade.



   Como mudar isso?


  Todo sofrimento produz evolução e a evolução acaba com o sofrimento. A mocidade hoje está ao dispor de grandes quadrilhas criminosas que oferecem a elas recursos monetários e prazeres através do tráfico de drogas. No momento certo surgirá uma solução. E, de um modo geral, a solução é a educação. Hoje, as escolas tradicionais ainda não são um antídoto suficiente contra as drogas. Mas esse mal chegará a um grau tão nefasto que as autoridades políticas de todos os povos terão que se unir em torno de uma entidade internacional destinada ao combate das drogas. Isso acabará ocorrendo da mesma forma que hoje já se pensa mais seriamente na forma de enfrentar o aquecimento global do planeta. Chegará a um ponto em que o problema não poderá mais ser adiado ou ignorado.



   Qual conselho o senhor daria hoje aos pais?


  Sejam realmente educadores. Isto quer dizer, se preocupem com a alma do seu filho e não só com a sua mente. Lembrem-se que a instrução pode, às vezes, não ser compreendida, mas o afeto todos entendem. E não se esqueçam de que a tolerância para com o diferente é o único caminho para a evolução.



   Entrevista publicada na edição 419 (Jan, fev de 2008) no Jornal Correio Fraterno.

 
 
 
 
 
 
Fonte: Correio Fraterno
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