Educação
 
 
"A Escola que educa"
 
 

SEMINÁRIO DO C.E.D.P.F. – 07/02/2013


“A ESCOLA QUE EDUCA”


- Espiritismo cristão humanitário –


  Reflexões importantes:


  * “A escola espírita será um lugar onde se respira espiritismo.”                                    Arnaldo Régis 


  * “De que valem prédios e instituições educacionais que só tenham o rótulo de espíritas, mas não possam dar educação espírita?”                                             Editorial nº 5 de “Educação Espírita”


   1.    NIILISMO:


   Allan Kardec na abertura do livro O Céu e o Inferno, com a matéria intitulada “O Porvir e o Nada”.


   Espiritismo versus Niilismo - Vivemos, pensamos e operamos – eis o que é positivo; morremos, eis o que não é menos certo. [...]


   Se há doutrina insensata e antissocial é o niilismo que rompe os verdadeiros laços de solidariedade e fraternidade, em que se fundam as relações sociais.


   Vivemos, pensamos e operamos – eis o que é positivo; morremos, eis o que não é menos certo.


  Mas para onde vamos ao deixar a Terra? Que seremos após a morte? Estaremos melhor ou pior? Existiremos ou não? Ser ou não ser é a alternativa. Para sempre ou para nunca mais; ou tudo ou nada. Viveremos eternamente ou tudo se aniquilará de vez? É uma tese essa que se impõe.


   Todo homem experimenta a necessidade de viver, gozar, amar e ser feliz. Dizei àquele que sabe que vai morrer, que ele viverá ainda; que a sua hora é retardada; dizei-lhe sobretudo que será mais feliz do que porventura o tenha sido e o seu coração se encherá de júbilo. Mas de que serviriam essas aspirações de felicidade se um sopro pudesse dissipá-las?


  Haverá alguma coisa mais desesperadora do que esse pensamento de destruição absoluta? Afeições caras, inteligência, progresso, saber laboriosamente adquiridos, tudo despedaçado, tudo perdido! Que necessidade haveria em nos tornarmos melhores, em nos esforçarmos para sofrer as más paixões em nos afadigarmos para nos ilustrarmos, em nos devotarmos à causa do progresso, uma vez que amanhã, segundo o nosso pensamento predominante, nada disso valesse nada? Se assim fosse, a sorte do homem seria cem vezes pior que a do bruto, porque este vive inteiramente o presente, na satisfação dos apetites materiais, sem aspiração para o futuro. Uma secreta intuição porém nos diz que isso não é possível.


  Pela crença em o nada, o homem forçosamente concentra os seus pensamentos na vida presente; logicamente não se explicaria a preocupação com um futuro que não se espera.


   A preocupação exclusiva com o presente conduz o homem, antes de mais nada, a pensar em si próprio; é pois o mais poderoso estímulo ao egoísmo, e o incrédulo é conseqüente quando chega à seguinte conclusão: Gozemos enquanto aqui estamos; gozemos o mais possível, uma vez que conosco tudo se acaba; gozemos depressa, porque não sabemos quanto tempo existiremos.


  Ainda conseqüente é esta outra conclusão, aliás mais grave para a sociedade: Gozemos não obstante tudo; cada um por si: a felicidade neste mundo é do mais astuto.


  Se o respeito humano é um freio para determinadas pessoas, que freio haverá para aquelas que nada temem? Acreditam estas que as leis humanas não atingem senão ineptos e assim empregam todo o seu engenho no melhor meio de se esquivarem à ação delas.


  Se há doutrina insensata e antissocial, é, seguramente, o niilismo que rompe os verdadeiros laços de solidariedade e fraternidade, em que se fundam as relações sociais.


  Suponhamos que, por uma circunstância qualquer, um povo adquire a certeza de que em oito dias, num mês ou num ano será aniquilado; quase nem um só indivíduo lhe sobreviverá, como de sua existência não sobreviverá nem um pela causa do seu progresso, da sua instrução? Entregar-se-á ao trabalho para viver? Respeitará os direitos, os bens, a vida do semelhante? Submeter-se-á a qualquer lei ou autoridade por mais legítima que seja, mesmo a paterna?


  Haverá para ele, nessa emergência, qualquer dever? Seguramente não. Pois bem. O que não se dá coletivamente, a doutrina do niilismo realiza todos os dias isoladamente.


  Se as conseqüências não são desastrosas tanto quanto poderiam ser, é, em primeiro lugar, porque a maioria dos incrédulos há mais de fanfarronice do que de verdadeira incredulidade, mais de dúvida do que convicção – possuindo eles mais medo do nada do que pretendem aparentar – o qualitativo de espíritos fortes lisonjeia-lhes o amor próprio; em segundo lugar, porque os incrédulos absolutos se contam por ínfima minoria e sentem a seu pesar os ascendentes da opinião contrária, mantidos por uma força material.


  Se um dia a incredulidade da maioria fosse absoluta, a sociedade entraria em dissolução e é a isso que leva a propagação da doutrina do niilismo (1).


  (1) Um moço de dezoito anos, tomado de enfermidade do coração, foi declarado incurável. A Ciência dissera: Pode morrer dentro de oito dias ou de dois anos, mas não irá além. Sabendo disso, o moço para logo abandonou os estudos e entregou-se a excessos de todo o gênero.


       Quando lhe ponderavam o perigo de uma vida desregrada, respondia: Que importa, se não tenho mais de dois anos de vida? De que me serviria fatigar o espírito? Gozo o pouco que me resta e quero divertir-me até o fim. Eis a conseqüência lógica do niilismo. Se o moço fosse espírita, teria dito: A morte só destruirá o corpo, que deixarei como fato usado, mas o meu Espírito viverá. Serei na vida futura aquilo que eu próprio houver feito de mim nesta vida; do que nela puder adquirir em qualidades morais e intelectuais, nada perderei, porque será outro tanto de ganho para o meu adiantamento; toda a imperfeição de que me livrar será um passo a mais para a felicidade. A minha felicidade ou infelicidade depende da utilidade ou inutilidade da presente existência. É portanto de meu interesse aproveitar o pouco tempo que me resta e evitar tudo o que possa diminuir-me as forças.


      Qual das duas doutrinas é preferível? (KARDEC, p. 7 a 9).


   2. “CENSOS” DOS SOCIÓLOGOS CELESTES:


   “Através de controles bem mais elaborados e sem margens de falhas, as equipes de celestes sociólogos, que orientam os destinos dos continentes, destacam que quatro bilhões desses seis bilhões de reencarnados são almas doentes que purgam dolorosos processos de reeducação. Os outros dois bilhões são corações na busca ostensiva de sua recuperação, entre os quais, pouquíssimas vezes, encontramos os chamados ‘missionários coletivos’, ou ‘encarregados de outorgas específicas’ que venham a corroborar com o planejamento do progresso e bem-estar social.


   Algo muito similar sucede-se com os outros vinte e quatro bilhões da população terrena na erraticidade. Temos doze bilhões de desencarnados em patamares de luta e sofrimento, seis bilhões de almas medianas que já cooperam eficazmente na tarefa regenerativa de outros, e mais seis bilhões de condutores elevados, entre os quais se encontram os ‘avatares’ que velam pelo grande plano do Cristo para o orbe, missionários, guias espirituais, avalizadores, espíritos superiores, auxiliares galácticos. A maioria deles liberados da reencarnação ou ainda inúmeros homens e mulheres comuns, que venceram as provas expiatórias no suceder das reencarnações.


   Algumas inferências tornam-se necessárias para que possamos apresentar propostas de serviço e cooperação inadiáveis aos amigos no corpo. Somando-se à aglomeração de seres em franca condição de dor e doença, temos um total de dezesseis bilhões, em ambos os planos de vida, distribuídos em quatro bilhões no corpo e mais doze bilhões nas regiões de pavor e desequilíbrio de nosso plano. Uma média de três almas em crise para cada uma em tormenta na vida física, totalizando um pouco mais de cinqüenta por cento da população geral do orbe.


   Desses dezesseis bilhões encontramos quatro bilhões de almas, apesar de enfermas, em franca busca do bem. Outros quatro bilhões são criaturas perversas que deliberadamente agem no mal. Os oito bilhões restantes se encontram em postura de indiferença ou indecisão, com fortes apelos para a apatia e o desânimo. Essa faixa de doze bilhões de enfermos traz em comum a falta de idealismo superior e o apego às questões materiais, dois traços que se distribuem de conformidade com a individualidade, seus pendores, seus valores e sua cultura. E daqueles quatro bilhões de irmãos nossos que gerenciam o mal através da perversidade, temos hoje nada menos que um bilhão deles em plena sociedade terrena, destilando o fel da cultura nociva e da atitude insana, enquanto outros três bilhões ainda guardam os postos mais elevados nas ‘ordenações infernais’ junto às esferas extrafísicas.” (DUFAUX, 2006, p. 50-51).


   3.    SETOR DE ORIENTAÇÃO FILOSÓFICA:


   “Definição – É o órgão destinado a orientar todas as atividades e órgãos escolares e educadores, conscientemente, na direção dos fins educacionais deduzidos pela Filosofia Espírita da Educação e dos objetivos da escola, sem desvio de rumo e sem perda de energia e esforços.


    Justificação – Todo estabelecimento de nível médio, razoavelmente estruturado, mantém em órgão de orientação pedagógica assessorando precipuamente os professores, e outro de orientação educacional acompanhando os alunos. Tais órgãos não esgotam, todavia, as necessidades de norteamento das atividades educativas. Outro instrumento de orientação se impõe pelo imperativo de convergência de esforços na direção dos fins educacionais da filosofia de educação adotada pela escola. Esse instrumento seria o Setor de Orientação Filosófica. Tornar-se-ia ele o timoneiro da nave escolar para manter a rota da demanda dos objetivos educacionais colimados pela Filosofia Espírita da Educação. A falta desse instrumento tem concorrido decisivamente para que os fins pedagógicos da escola permaneçam adormecidos, esquecidos e inférteis no fundo das gavetas dos educadores e diretores. A nau escolar fica à deriva e ninguém se conscientiza do que ensina e para quê.” (LOBO, 2002, p. 220).


   4. PENSAMENTOS DE DORA INCONTRI:


   Fundamentos da Educação – Educação é toda influência exercida por um Espírito sobre outro, no sentido de despertar um processo de evolução. Essa influência leva o educando a promover autonomamente o seu aprendizado moral e intelectual. Trata-se de um processo sem qualquer forma de coação, pois o educador apela para a vontade do educando e conquista-lhe a adesão voluntária para uma ação de aperfeiçoamento.


   Educar é pois elevar, estimular a busca da perfeição, despertar a consciência, facilitar o progresso integral do ser. Todas às vezes em que um ser humano desperta algum bem no outro se dá um ato de educação – tenham disso os protagonistas consciência ou não.


   A melhor Educação é aquela capaz de conservar pela vida afora do educando essa disposição natural de buscar a aprendizagem, de olhar o mundo sempre com olhos novos e mente receptiva.


   Requisitos do Educador - O princípio, o meio e o fim da Educação é o ser humano. Ser educador é muito mais do que ser professor. Para ser educador, não basta conhecer teorias, aplicar metodologias, é preciso uma predisposição interna, uma compreensão mais ampla da vida, um esforço sincero em promover a auto-educação, pois o educador verdadeiro é aquele que, antes de falar, exemplifica; antes de teorizar, sente e antes de ser um profissional é um ser humano. Se o poder da Educação repousa sobre a autoridade moral, essa se adquire pela conquista de virtudes e pelo esforço no próprio aperfeiçoamento.


   Que ninguém se iluda. Para cumprir uma tarefa específica na Educação, seja como pai, mãe ou professor ou em qualquer relação humana, é preciso buscar a própria melhoria, cultivar a paciência, a renúncia, a doação irrestrita de si.


    Formação Pedagógica – O que acontece hoje, na maior parte das Faculdades, não só de Pedagogia, é que o aluno é bombardeado por diversas correntes ideológicas (muitas vezes não assumidas), de forma superficial, incompleta e confusa. Aliás, muitos professores não têm a desejável coerência e sofrem, eles mesmos, de uma anemia intelectual espantosa. Há, por exemplo, os de tendência marxista, os piagetianos, os gestálgicos, os freudianos, os espiritualistas mistos, esotéricos, católicos e assim por diante. Se indagados até as últimas conseqüências, a maioria não será capaz de expor com coerência a doutrina de que se fazem representantes. Revelarão idéias esparsas, chavões prontos e não serão capazes de manter uma discussão até as últimas conseqüências. Ora, esses professores universitários passarão suas idéias fragmentárias a uma juventude sem preparo filosófico, que mal aprendeu a pensar, com o agravante de que cada mestre tentará convencer os alunos de sua ideologia. O estudante se vê então num mar de idéias contraditórias, esparsas e ecléticas. Como poderá formar uma visão clara e coerente, para depois atuar conseqüentemente na realidade?


    O fato é que há algumas teorias, mais recentes, que são propositadamente irracionais e confusas – parece mesmo que, atualmente, nos meios acadêmicos, quanto mais obscura uma teoria, mais é considerada inteligente e avançada. A precisão e simplicidade são vistas como limitação e ignorância. Uma enxurrada de discursos sem nexo ganham cidadania acadêmica no mundo inteiro.


    Assim, a primeira dica para se analisar a ideologia de um autor, de um livro, de um texto, é passá-lo pelo crivo do nexo: se for algo muito confuso, sem uma linha de raciocínio, com termos muito difíceis e obscuros – o melhor é deixá-lo de lado. Ou o autor não sabe se exprimir e nesse caso não deveria adotar o ofício de escritor, ou não tem o que dizer e então deveria se abster de charlatanismo intelectual. A função básica de um texto é a de se comunicar com os leitores. Textos de Platão, Rousseau, Comenius ou Pestalozzi, apesar de questões naturais que levantam ao primeiro contato e da profundidade de conteúdo, são perfeitamente inteligíveis, mesmo séculos depois. Apesar de haver muitos leitores ignorantes, não podemos menosprezar assim a inteligência humana, exaltando pseudo-sábios, que se arvoram em doutrinadores de filosofias vazias!


   Espiritismo como Educação – A essência do Espiritismo é a Educação. Ao contrário de outras correntes religiosas, que têm caráter salvacionista, a Doutrina Espírita, com seu tríplice aspecto – científico, filosófico e religioso – pretende promover a evolução do homem, que é um processo pedagógico. A Educação do Espírito é o cerne da proposta espírita. Se o Espiritismo é uma síntese cultural, abrangendo todas as áreas do conhecimento, seu ponto de unificação é justamente a Pedagogia. Não foi casualidade Kardec ter sido educador e recebido a influência de Pestalozzi, um dos maiores educadores de todos os tempos. Melhor compreende o Espiritismo quem o compreende pedagogicamente.


   Lendo Kardec com olhos pedagógicos, pode-se observar a sua insistência e a dos Espíritos em comparações com imagens emprestadas do universo educacional. O desenvolvimento do Espírito através das vidas sucessivas é visto como um curso escolar, com seus anos letivos. A Terra é tratada como uma escola, em que as almas se matriculam para o seu aperfeiçoamento. As imagens são recorrentes e não são mero recurso literário. Há de fato uma identificação. Corroborando essa leitura do Espiritismo, Herculano Pires, em Pedagogia Espírita, comenta que: “O Livro dos Espíritos é um manual de Educação Integral oferecido à Humanidade para a sua formação moral e espiritual na Escola da Terra”. (INCONTRI, 2006, p.42-52-78-79-193).


Referências Bibliográficas:


* INCONTRI, D. A educação segundo o espiritismo. 7ª Ed.. Bragança Paulista: Comenius, 2006. 249 p.


* DUFAUX, E. Lírios de esperança / Ermance Dufaux (Espírito); psicografado por Wanderley Soares de Oliveira. 3ª Ed.. Belo Horizonte: Dufaux, 2006. 304 p. (Série Atitudes de amor).


* KARDEC, A. O Céu e o Inferno. São Paulo: Edigraf S.A.


* LOBO, N. Filosofia espírita da educação: e suas conseqüências pedagógicas e administrativas. 2ª Ed.. Rio de Janeiro: FEB, 2002. (Filosofia Espírita da Educação, v. 4).

 
 
 
 
 
 
Fonte: Centro Espírita Fraternidade
EDITORIAIS
 
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A lei nº 11.433, de 28 de dezembro de 2006, em seu artigo primeiro instituí o Dia Nacional do Idoso, a ser celebrado no dia 1o de outubro de cada ano.

Dessa forma, pelo costume comemora-se em 27 de setembro e por lei em 1º de outubro.

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Depois do outubro rosa e o novembro azul, surge o janeiro branco que é uma campanha, que permite dar uma visibilidade às questões da saúde emocional, debater e difundir uma reflexão sobre a saúde mental.

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O dia 31 de Outubro agora no Brasil, após a Lei número 13.246/2016, fica instituído o como Dia Nacional da Proclamação do Evangelho e em seu artigo 20 fala sobre a ampla divulgação à proclamação do Evangelho, sem qualquer discriminação de credo dentre igrejas cristãs.



 
 
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